CAMEX eleva imposto de importação de pneus de passeio de 16% para 25%
Em setembro de 2024, o governo brasileiro, por meio da Câmara de Comércio Exterior (Camex), elevou o imposto de importação de pneus de passeio de 16% para 25%, válido por 12 meses. A medida foi tomada após fortes pressões da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que alegou enfrentar concorrência desleal de pneus importados da Ásia, que chegam ao Brasil com preços até 69% menores do que os praticados no mercado internacional.
Estudos indicam que, sem essa intervenção, a indústria nacional de pneus poderia sofrer perdas anuais de até R$ 8,2 bilhões e uma queda de R$ 2,6 bilhões no PIB do setor. Além disso, a medida visa proteger mais de 30 mil postos de trabalho diretos e indiretos, além de manter a arrecadação tributária do setor, que foi de R$ 5,2 bilhões em 2023.
No entanto, a medida também gerou críticas, especialmente de setores como o dos caminhoneiros, que dependem de pneus de baixo custo para manter sua competitividade. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) expressou preocupações de que o aumento no custo dos pneus poderia impactar diretamente os preços do transporte e gerar pressões inflacionárias.
Apesar das críticas, a ANIP destacou que o aumento das tarifas é essencial não apenas para garantir a competitividade da indústria nacional, mas também para atender às metas ambientais, como o recolhimento e reciclagem de pneus inservíveis, que nem sempre são seguidas pelos importadores.
Essa nova política tarifária coloca o Brasil em um dilema: proteger a produção local e os empregos ou manter os custos de insumos importados baixos para setores como o de transporte. O impacto pleno dessa medida será monitorado ao longo dos próximos meses, com a expectativa de que ela consiga, ao menos temporariamente, aliviar a pressão sobre a indústria nacional.
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