Integrando a seringueira com outras culturas

Integrando a seringueira com outras culturas

Trabalhos da Embrapa sobre Integração Agroflorestal nos Seringais

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem desenvolvido e promovido a integração agroflorestal nos seringais, através de diversos estudos e práticas que combinam a seringueira com outras culturas. Estes sistemas agroflorestais representam uma alternativa sustentável de uso da terra, otimizando a produção agrícola e florestal e trazendo diversos benefícios ambientais e econômicos.

Introdução

Os sistemas agroflorestais são técnicas de uso da terra que combinam espécies florestais com cultivos agrícolas, atividades pecuárias ou ambas. Essas combinações podem ser simultâneas ou escalonadas no tempo e espaço, e de caráter temporário ou permanente. A consorciação da seringueira com culturas agrícolas é uma modalidade desses sistemas, conhecida como sistema silviagrícola ou agrossilvicultural.

Consorciação com Culturas de Ciclo Curto

De acordo com os estudos, durante os três a quatro primeiros anos do seringal, é possível e recomendável a consorciação com culturas agrícolas de ciclo curto. Estas incluem milho, sorgo, arroz, feijão, soja, amendoim, girassol, mandioca, entre outras. A viabilidade técnica e econômica desta consorciação depende da observância de recomendações específicas, como o espaçamento adequado das linhas de plantio para evitar a competição por recursos e danos às seringueiras.

Consorciação com Culturas Perenes

A consorciação da seringueira com culturas perenes também tem sido amplamente estudada e aplicada. Entre as culturas perenes mais recomendadas estão o cafeeiro, cacaueiro, citros, pimenteira-do-reino, guaranazeiro, e várias palmeiras. Esses sistemas oferecem vantagens como a diversificação de produção, melhor uso do solo e maior sustentabilidade econômica e ambiental.

Exemplos de Consorciação
  • Seringueira x Cafeeiro: A consorciação com cafeeiros pode ser temporária ou permanente, com sistemas onde o cafeeiro é plantado durante a formação do seringal ou em sistemas de substituição de cafezais em fim de ciclo por seringais. Estes sistemas são adotados em várias regiões produtoras de café e borracha, oferecendo retornos econômicos significativos.
  • Seringueira x Cacaueiro: Este sistema tem sido implementado em áreas como o sul da Bahia, mostrando bons resultados tanto em seringais novos quanto em seringais velhos e desfolhados. A consorciação melhora o desenvolvimento das seringueiras e oferece uma fonte adicional de renda com a produção de cacau.
  • Seringueira x Citros: A consorciação com citros pode ocorrer durante a formação do seringal ou em sistemas permanentes, com a substituição de pomares cítricos decadentes por seringais. Este sistema oferece vantagens como a utilização otimizada do espaço e a diversificação da produção agrícola.

Conclusão

Os trabalhos da Embrapa mostram que a integração agroflorestal nos seringais é uma prática viável e recomendável, trazendo diversos benefícios econômicos, sociais e ambientais. O consórcio com culturas de ciclo curto e perenes não só otimiza o uso do solo e melhora a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, mas também aumenta a resiliência dos sistemas de produção às variabilidades climáticas e de mercado.